Opinião

CARTAS de CABO VERDE AQUI, UM LUGAR ( Parte III )
Afinal, o que nos leva a achar que nos acolhe o direito de intervenção em
espaço alheio. O mundo de que fazemos parte. O mundo entrou na fase da
máscara.
Finalmente assumiu-se. Porque mascarado de bom, anda ele há muito.
Refiro-me aos contornos do surto pandémico que está a
mudar comportamentos. Pelo menos para já. Porventura, o “novo normal”
que ora pega moda, dará mais tarde espaço ao regresso do”velho normal”.
Nós, somos velhos. De uma forma geral. Cheios de hábitos. Maus.
Mesmo os mais novos no físico, são velhos na mente, e pouco atreitos
a trocar de posição. A não ser na cama. Para não fazerem cova no colchão.
Estarei a “ficar” velho?! Avanço a toda a velocidade para aquela idade com nome. Sexagenário. Oficialmente, para a OMS, com sessenta anos, “ganha-se”
o estatuto de idoso. Entra-se na terceira idade. O melhor mesmo é não ligar.
A idade é sobretudo mental. Se não lhe dermos importância, não existe.
Sejamos sexalescentes. Se o mundo percebesse o que se está a passar,
estaria mais receptivo aos mais velhos.
Olhemos para alguém com sessenta anos, como alguém que aporta
conhecimento, bagagem, fôlego.
Envelhecer não é uma fatalidade, e hoje as pessoas duram muito mais,
o conceito de longevidade tem mais “largura de banda”.
Sem dúvida, esta “nova” geração está a crescer, e vale ouro. É esta gente que
pode mudar o mundo.