Opinião
José Mourinho no Benfica: o regresso do “Special One” a Portugal
José Mourinho assinou pelo Sport Lisboa e Benfica. A notícia, aguardada com ansiedade e envolta em especulação, é agora realidade. Trata-se de um momento histórico não só para o clube da Luz, mas também para o futebol português, que vê regressar um dos seus mais carismáticos e bem-sucedidos treinadores.
O currículo de Mourinho fala por si: campeão da Europa com o FC Porto e com o Inter de Milão, campeão em ligas tão competitivas como a inglesa, a italiana e a espanhola, e responsável por momentos que mudaram a forma de encarar o treino e a gestão do balneário. O Benfica, ao contratá-lo, dá um passo firme na ambição de elevar a fasquia: não basta dominar internamente, é preciso competir de igual para igual com a elite europeia.
Mas a chegada de Mourinho não se resume ao palmarés. Traz consigo a aura de exigência máxima, a cultura de vitória e, inevitavelmente, a polémica. Nunca escondeu a frontalidade, nunca fugiu ao confronto, nunca evitou dizer o que pensa — e isso pode tanto galvanizar como dividir. No Estádio da Luz, encontrará uma massa associativa fervorosa, que vive tanto da paixão pelas vitórias como da memória de rivalidades intensas. A ligação histórica de Mourinho ao FC Porto não desaparece, mas pode ser relativizada caso traga títulos e glória europeia.
A grande questão é saber como o clube e o treinador vão conviver com essa intensidade. Mourinho exige estrutura, disciplina e compromisso total. O Benfica, por seu lado, precisa de estabilidade, de afirmação internacional e de alguém que consiga transformar potencial em conquistas. O casamento promete faíscas, mas também pode ser um dos mais frutíferos da história do futebol português.
No fundo, a contratação de José Mourinho pelo Benfica é mais do que uma escolha desportiva: é uma declaração de ambição. É dizer ao país e à Europa que os encarnados não querem apenas participar — querem ganhar. Com Mourinho, nunca há meio-termo. Ou se ama, ou se critica. Mas uma coisa é certa: vai ser impossível ficar indiferente.