09/03/2021

DESIGUALDADES: O DESPORTO NÃO ESTÁ A SER PARA TODOS

As medidas de confinamento para conter a pandemia têm sido criticadas por tardias ou por brandas.

Todos sabemos que temos de evitar os contactos sociais e as aglomerações. Devemos cumprir as indicações da DGS no que diz respeito à utilização de máscara e devemos recorrer frequentemente a desinfetantes de mãos.

É um facto: a atividade económica no país está parada.

Infelizmente a atividade desportiva também.

Sim. A atividade desportiva e não o negócio desportivo.

Às competições profissionais e às que envolvem seleções foi permitido continuar. É obrigatória a testagem a todos os intervenientes nas provas e o espetáculo segue.

E os outros?

Será que já pensámos nos milhares de crianças e jovens que se viram privados da prática desportiva e do que isso está a afetar os seus equilíbrios (quer físicos quer psicológicos)?

Será que já pensámos nas centenas de coletividades e clubes desportivos que se viram obrigados a encerrar e estão a perder todas as receitas que tinham?

Será que já pensámos quantas destas instituições não vão regressar à atividade desportiva depois de passar a pandemia, porque simplesmente não têm condições financeiras para o fazer?

Confesso que não encontro solução para mudar este estado de coisas. Não há condições criadas nem meios disponíveis para alterar a situação.

Mas digo: não é justo.

Por mais aulas de educação física online ou por mais planos de treino que se deem aos jovens atletas para cumprirem em casa, estamos todos sem saber qual será a percentagem de abandono da prática desportiva quando tudo isto passar.

Lembremos e frase de Pierre de Coubertin e façamos a nossa reflexão: ““Um país pode considerar-se realmente desportivo quando a maior parte dos seus habitantes sente o desporto como uma necessidade pessoal.”

Sobre isto o que pensarão os nossos decisores?