09/03/2021

INTERIORIDADE

Recomeçaram ontem as aulas para centenas e centenas de alunos e professores.

Os novos tempos obrigam a novos paradigmas.

Novas formas de atuar, novas rotinas.

Depois de alguma contradição na comunicação sobre o regresso às aulas e a questão do presencial e do on-line, o governo lá anunciou: dia 8 de fevereiro era o dia de recomeço letivo, mas num modelo de ensino à distância.

Sobre esta tomada de decisão tardia, até podemos tentar compreender, apesar de ficar na opinião pública uma sensação de desnorte nas decisões.

O que não conseguimos compreender (eu pelo menos não consigo) é a divulgada e não negada falta de equipamentos, vulgo computadores, para que todos tenham acesso por igual às aulas, qualquer que seja o ciclo de ensino.

Não fosse o esforço de muitos pais e familiares dos jovens estudantes, de algumas autarquias por todo o país e de professores que se desdobram parta poderem chegar a todos os seus alunos e o cenário ainda era ainda mais catastrófico.

Quantos jovens não conseguem acompanhar as aulas por manifesta ineficiência do governo?

Lembro que a questão dos computadores se colocou logo no início da pandemia.

Lembro que o governo anunciou, durante a primeira vaga, a aquisição para computadores para todos os alunos. Ao que parece a encomenda dos equipamentos só foi feita no início da terceira vaga.

Mais ainda. Alguém pensou se todos têm acesso à internet?

Assistimos a reportagens nas televisões de encarregados de educação que não sabem o que fazer. Até pagam para aceder a uma rede de internet. Mas ela não chega a suas casas, logo, aos computadores dos filhos.

Somos um país que ainda pensa prioritariamente nos grandes centros populacionais. Não basta apenas dizer que é necessário desertificar o interior.

É preciso criar condições para que as pessoas queiram ir para o interior.

E é preciso criar condições para que todos os que vivem no interior do país. Para que não tenham a tentação de sair de lá.

Vamos refletir sobre isto?