09/03/2021

OS "CHICOS ESPERTOS" DAS ORGANIZAÇÕES

Sabem aquelas pessoas que no local de trabalho se escondem por trás das portas, dos pilares dos edifícios, ou das secretárias para passarem despercebidas quando é necessário executar uma tarefa na hora e que não estava prevista?

Durante anos assisti a várias situações do género.

Era preciso sair em reportagem naquele preciso momento, porque a atualidade assim impunha, e invariavelmente eram sempre os mesmo a serem requisitados: os que estavam sempre disponíveis, mesmo com o horário de trabalho cumprido e o dia bem preenchido.

Porque outros, os “chicos espertos” das organizações, assim que pressentiam que vinha aí mais trabalho se escondiam.

Conheço alguns que aproveitavam as colunas da redação para se esconderem e saírem do alcance visual dos chefes.

Era preciso sair depressa em reportagem e nem havia possibilidade de andar à procura dos mais folgados. Sobrava outra vez para os mesmos.

Mas depois, eram esses “chicos espertos” quem mais reclamava quando uns eram promovidos e eles, e outros como eles, não.

Eram esses “chicos espertos” que defendiam a progressão na carreira apenas por antiguidade e não por mérito.

Eram também esses “chicos espertos” que manipulavam outros (menos experientes nestas andanças do deixa-me lá assobiar para o lado) parar assumirem posições contestatárias, criarem mau ambiente e criticar os que de facto davam o litro.

Estou a escrever no passado, mas tenho conhecimento que em muitas organizações isto se passa no presente.

E acredito que muitos tentam, como também eu tentei em vários momentos, pôr esses “chicos espertos” a produzir um bocadinho mais.

Não é fácil. Confesso. Porque há sempre quem venha dizer que se está a perseguir o pobre coitado. E que há muitas opções para além dele para desempenhar a função que se pretende.

Não tenho colaboradores a quem pago o ordenado todos os meses.

Mas uma certeza tenho: dificilmente estes “chicos espertos” trabalhariam numa empresa minha.